“Vai ser mais louco que a apresentação com o beijo”, avisou Miley Cyrus à MTV antes da transmissão do Video Music Awards (VMA), premiação transmitida no último domingo pelo canal. Ela se referia à célebre performance em que Madonna, Britney Spears e Christina Aguilera trocaram beijos na boca do palco do mesmo VMA, há exatos 10 anos. O referencial falava por si. E pelo que viria. Quando chegou a sua vez, Miley não beijou ninguém, mas sensualizou à beça: rebolou, se esfregou no cantor Robin Thicke, despiu uma roupa de ursinho para reaparecer quase nua em um biquíni de látex cor de pele. Vulgarizou. Tanto ela fez que conseguiu se tornar a notícia mais comentada da semana nas redes sociais e nos mais diversos títulos da imprensa, como foi, à sua época e à sua maneira, o beijo do trio Madonna, Britney e Christina. Mas não era apenas audiência o que Miley queria alcançar.
“Ela quis mostrar ao mundo que cresceu”, comentou dois dias depois o colega Justin Timberlake, ele próprio um dos muitos jovens artistas que precisaram se reinventar – e trocar de público – na passagem da adolescência para a idade adulta. Embora não tenha investido nesse expediente, Timberlake sabe, por experiência de mercado, que apelar para a erotização e para a óbvia tentativa de chocar a plateia faz parte de uma cartilha manjada no showbiz. Foram vários os que o ex-vocalista do 'N Sync viu se fazerem de “loucos” – para usar o termo da própria Miley – no afã de se mostrarem dignos da atenção dos pós-adolescentes. Fazem parte da lista a ex-namorada Britney Spears, que o teria traído com um dançarino, outros ex-colegas da Disney, como a amalucada Lindsay Lohan, e um recém-chegado ao clube como o canadense Justin Bieber. Lindsay e Bieber são, na verdade, mais junkies que eróticos. Ao lado do sexo, as drogas são, desde os Beatles, também um modo de transgredir e dizer que não se é mais um anjinho.
Se Miley queria mostrar que cresceu, e que não tem mais nada a ver com a personagem infantil, Hannah Montana, lançada na Disney em 2006, quando ela tinha 14 anos, escolheu o lugar certo para isso. Como lembra o produtor americano radicado no Brasil Brendan Duffey, que trabalhou com o rapper 50 Cent, o grupo Marron 5 e a cantora Wanessa Camargo, o palco do VMA é o local mais utilizado por estrelas infantis que tentam fazer sua transição para o público adulto. “Essa receita é clássica. Foi a mesma utilizada por Britney Spears, que se apresentou seminua na festa, carregando uma cobra enorme, em 2001.”
fonte:veja
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