'Justin Bieber do funk' vira fonte de renda dos pais e presenteia crianças

Os pais de MC Gui, de 15 anos, penavam no Dia das Crianças antes de o filho emplacar no funk de São Paulo. Os presentes ao filho vinham com esforço, "passando o cartão em 12 vezes", lembra o pai, Rogério Alves. Hoje, com agenda de shows cheia, 800 mil fãs no Facebook e mais de 40 milhões de visualizações no YouTube, a dificuldade é outra: "O rapazinho tudo que vê, quer comprar. Sabendo que tem dinheiro, fica até difícil escolher o presente."
A atual situação financeira permite, além de conforto para o MC mirim, agrados para crianças carentes. No Natal de 2012, Gui e o pai, junto com os também funkeiros Nego Blue e Dede, se juntaram para presentear crianças em comunidades de SP. "Enchemos um caminhão de brinquedos", diz Rogério. Neste Dia das Crianças, eles vão repetir a ação.

Desde que Gui virou ídolo de crianças e adolescentes fãs de funk, há um ano, Rogério largou uma clínica de estética na qual trabalhava com a mãe do músico, Cláudia. Eles acompanham e empresariam o filho. Gui e o pai falaram ao G1 por telefone de Porto Alegre, onde o MC mirim fazia uma série de shows. Eles dizem que são entre 40 e 50 apresentações por mês. O menino diz que, com o dinheiro dos shows, a família já comprou cinco carros.

Aos domingos, ele canta em matinês, para os fãs que não têm idade para entrar em baladas para maiores. Nestes shows, a linguagem, que trata de namoros de maneira menos sensualizada que outros MCs (como em "Beija ou não beija", inspirada no jogo de redes sociais), fica ainda mais comportada, diz o músico. Gui começou a cantar em festas aos 10 anos.

O visual e as danças de MC Gui se espelham em Justin Bieber, o que rendeu ao garoto de óculos coloridos o apelido de "Bieber do funk". "O bonde passou" (22 milhões de visualizações) e "Ela quer" (6 milhões de visualizações) são os clipes de maior suceso de Gui. As letras seguem o estilo de ostentação em voga no funk de SP.

Mesmo cantando letras de "funk ostentação", inclusive sobre mansões, iates e carrões que nem pode dirigir ainda, Gui quer mostrar atitudes de "bom moço": "Penso no próximo", diz sobre a distribuição de carrinhos e bonecas de plástico no Dia das Crianças.

Amigo de Daleste; elogios de Anitta
Gui era amigo do MC Daleste, funkeiro que morreu com um tiro no palco em julho de 2013. Eles já fizeram vários shows juntos e eram contratados pela mesma agência, a Nóis Por Nóis. Após a morte de Daleste, Gui lamentou e postou fotos dos dois juntos. Daleste gravava músicas sobre maconha. Gui, mesmo citando uma ou outra bebida alcoólica nas letras, faz estilo mais comMC Gui foi tietar Anitta durante a viagem a Porto Alegre, onde os dois cantaram. "Fofinho, MC Gui fez show aqui e veio me ver. Disse que era meu fã. O que mais me chamou atenção é ele ter vindo com toda a sua família. Essa união é muito importante e a melhor que você vai ter em sua vida", escreveu Anitta junto a uma foto com o cantor no dia 5 de outubro, no perfil dela no Instagram.

Sonho com Camaro
Gui diz que o "presente dos sonhos" de Dia das Crianças seria um Camaro, carro que custa até R$ 200 mil. O pai responde: "Se eu quisesse dar, eu teria condição sim. Mas tudo tem seu tempo. Não é o momento ainda".

O pai faz planos de lançamento de um EP de Gui. Um DVD será gravado em abril, com participações de Mumuzinho, Rodriguinho e Pollo, segundo Rogério.

Os pais já chegaram a dizer que os cachês de MC Gui somam mais de R$ 100 mil por mês. Hoje, preferem não comentar valores. "Não é pouco, mas não é bom divulgar", diz o pai. "Viemos de uma família humilde, mas antes já tínhamos uma vida estável. Mas não como hoje."portado, como Justin Bieber no início da carreira.

fonte;g1